AMAZONAS


PANORÂMICA

Entrar na Floresta Amazônica é um exercício de humildade. O silêncio, o clima úmido e abafado, o teto formado pela copa das árvores, tudo faz com que você se sinta pequeno, muito pequeno. Uma imensa planície cerca o rio de águas barrentas. Dá medo? Claro que dá. A poucos passos de distância pode haver uma onça-pintada, um jacaré-açu. Mas o frio na barriga só aumenta a emoção de quem explora a mata. Uma caminhada pela floresta é programa obrigatório para quem se hospeda nos hotéis de selva do Amazonas. Mas a diversão não acaba aí. Você pode conhecer a vida dos ribeirinhos, pescar piranhas nos igarapés e, com a ajuda de lanternas e holofotes, fazer a focagem noturna de animais. A maioria dos hotéis de selva tem acesso por barco, na região de Manaus. Mas outros pontos do Amazonas começam a receber empreendimentos desse tipo. Alguns estão em terra firme. Outros flutuam sobre balsas ou ficam suspensos em áreas alagáveis (chamadas de igapós). Todos têm algo em comum: ajudam o visitante a sentir-se parte da natureza que o envolve, sem abrir mão do melhor da civilização.

DESTINOS

MANAUS


Não é difícil entender o fascínio que Manaus desperta nos turistas de primeira viagem. Porta de entrada da maior floresta tropical do mundo, a úmida capital do Amazonas parace transportar os visitantes para um universo inexplorado. Afinal, suas frutas levam nomes como taperebá e ingá, e os peixes mais conhecidos são o matrinxã e o tucunaré. O sanduiche mais popular? Combina tapioca e tucumã. A região também convida a longas aventuras de barco, que favorecem o contato com tribos indígenas, comunidades ribeirinhas e a observação de pássaros e jacarés - não é à toa que tantos estrangeiros visitam a região. Mas Manaus não é só selva. A cidade que prosperou no século 19 graças ao Ciclo da Borracha abriga imponentes construções que merecem um olhar demorado. A maioria fica no centro, que também esconde uma jóia culinária: o Bistrô Ananã, primeiro restaurante do Amazonas estrelado pelo Guia Brasil.

Hotéis

Ao contrário do que muita gente imagina, os hotéis de Manaus não ficam perto da selva. Como em qualquer grande capital, o mais comum é encontrá-los à beira de uma via engarrafada. O Distrito Industrial concentra os melhores endereços para o público executivo. Em Ponta Negra, fica o Tropical, o melhor da cidade. Em Adrianópolis e no Centro, bairros com as principais atrações, estão os hotéis mais em conta. Quer se embrenhar na mata? Vá direto aos hotéis de selva.


Restaurantes

COMIDA TÍPICA -
Sanduíche de tucumã fruto de uma palmeira típica da Amazônia, o tucumã é o astro principal de um sanduíche da região, batizado de cabloclinho. A receita clássica é simples (pão francês ou de leite aquecido com lascas do fruto amarelado), mas o recheio pode ser incrementado com queijo coalho derretido ou banana, que ajuda a suavizar o sabor forte e a oleosidade natural do tucumã. Onde comer: Açaí e Companhia, Waku Sese, Casa da Pamonha (r. Barroso, 375, tel. 3233-1028) e barracas do Mercado Municipal.

TOMO UM GUARANÁ...

BEBIDA TÍPICA – Há séculos a pasta do fruto do guaraná serve de alimento e remédio para os índios que vivem no município de Maués, na Amazônia central. Hoje, a região é uma das principais produtoras da planta, que desde 1921 entra na composição de refrigerantes. O amargo pó de guaraná é normalmente misturado ao xarope açucarado da semente e acrescido de frutas amazônicas, como camu-camu e taperebá. O grande barato é beber as marcas regionais como Baré, Regente, Tuchauá e Real. Onde beber: Guaraná Sateré (r. Marcílio Dias, 257, tel. 3233-8113) e nos bares da cidade.


À NOITE, NO TEATRO
CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS – Instalado no centro da cidade, o monumental Teatro Amazonas não atrai centenas de pessoas todas as semanas apenas por causa de sua variada programação cultural. Quem andar pelos arredores num final de tarde, principalmente junto à praça São Sebastião, vai constatar que a maior atração, ali, vai além do palco. Quando escurece, as mesas dos bares e cafés da região ficam apinhadas de gente. Com um quê interiorano, a noite ao redor do teatro atrai desde famílias com crianças até boêmios com fôlego de sobra para adentrar a madrugada em botecos simples como o Bar Armando, famoso pelo sanduíche de pernil, e o Tacacá da Gisela.


PARINTINS (ILHA PARAÍSO)

Os aspectos físicos e geográficos não traduzem totalmente o que é Parintins, a cidade dos Bumbás Caprichoso e Garantido, mas também uma cidadela simples que impõe atitude pelas diversas particularidades que possui e que encanta qualquer visitante. Hospitalidade, alegria, devoção e simplicidade são as chaves do sucesso dessa cidade.

O modo de vida do parintinense é fruto de uma cultura mágica, difícil de explicar. Sem a euforia dos dias que antecedem o grande festival folclórico, Parintins é apenas uma aldeia de gente muito simpática, que anda pelas ruas de bicicleta, que pinta as fachadas das casas da cor do boi que faz pulsar a paixão, que conversa das tardes ao anoitecer em cadeiras de embalo nos batentes das portas e que também veste a melhor roupa, aos domingos para reverenciar na belíssima Catedral a santa do lugar, Nossa Senhora do Carmo.

É um cotidiano simples, mas ao mesmo tempo repleto de artes. O povo de Parintins já nasce com dons especiais. São artistas que compõem, cantam, esculpi, pintam com muita habilidade e até criam novos rumos para o português, inventando um linguajar próprio. Bastam um visitante chegar que eles querem demonstrar carinho, fazendo sentir-se em casa, chamando logo de parente (o mesmo que cara ou irmão), mostrando a cidade e seus talentos com orgulho.

Cidade cercada de belezas naturais, Parintins, a ilha do Paraíso, se completa mesmo pelo povo que tem. Os atrativos turísticos se tornam, portanto, importantes, mas não fundamentais. A Catedral de Nossa Senhora do Carmo, a Vila Amazônia, as praias de Taracuera ou do Varre Vento e Serra de Parintins são visitas obrigatórias, mas não perca uma bate-papo informal com a gente do local. Afinal, Parintins é repleta de personalidades e de mitos como seu Valdir Viana, famoso curandeiro; Dona Maria Ângela, a mulher que tem a casa e os objetos todos em vermelho em homenagem ao boi Garantido, ou até o sábio e folclorista Simão Pessoa, praticamente o engenheiro intelectual do bumba Caprichoso.

Visite os currais dos bois em Parintins, Caprichoso e Garantido, os personagens que projetam a cidade para o mundo. Conheça tudo e não esqueça, é claro, da culinária do local. E imprescindível.

O ESSENCIAL

DDD:
92

Informações turísticas: www.visitamazonas.am.gov.br
Hora local: -1h
Melhor época: há duas Amazônias, a do inverno, de dezembro a junho, que é uma época de chuvas não propícia à observação de animais, mas ótima para passeios nos igarapés; e a do verão, de julho a novembro, quando lindas praias surgem ao longo do leito dos rios e a temperatura oscila de 23°C a 31°C
Vacina: tomar a de febre amarela, dez dias antes da viagem
Transporte: barco, evidente. Em geral, parte de Manaus
Mente alerta: os hotéis de selva têm um número de diárias mínimo de duas a quatro noites e, em geral, o preço é publicado em dólar

Fontes:
www.parintins.com
Google
viajeaqui.abril.com.br
www.fmc.am.gov.br
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