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PANORÂMICA
Entrar na Floresta Amazônica é um exercício de humildade. O silêncio, o clima úmido e abafado, o teto formado pela copa das árvores, tudo faz com que você se sinta pequeno, muito pequeno. Uma imensa planície cerca o rio de águas barrentas. Dá medo? Claro que dá. A poucos passos de distância pode haver uma onça-pintada, um jacaré-açu. Mas o frio na barriga só aumenta a emoção de quem explora a mata. Uma caminhada pela floresta é programa obrigatório para quem se hospeda nos hotéis de selva do Amazonas. Mas a diversão não acaba aí. Você pode conhecer a vida dos ribeirinhos, pescar piranhas nos igarapés e, com a ajuda de lanternas e holofotes, fazer a focagem noturna de animais. A maioria dos hotéis de selva tem acesso por barco, na região de Manaus. Mas outros pontos do Amazonas começam a receber empreendimentos desse tipo. Alguns estão em terra firme. Outros flutuam sobre balsas ou ficam suspensos em áreas alagáveis (chamadas de igapós). Todos têm algo em comum: ajudam o visitante a sentir-se parte da natureza que o envolve, sem abrir mão do melhor da civilização.
DESTINOS
MANAUS
Não é difícil entende
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Hotéis
Ao contrário do que muita gente imagina, os hotéis de Manaus não ficam perto da selva. Como em qualquer grande capital, o mais comum é encontrá-los à beira de uma via engarrafada. O Distrito Industrial concentra os melhores endereços para o público executivo. Em Ponta Negra, fica o Tropical, o melhor da cidade. Em Adrianópolis e no Centro, bairros com as principais atrações, estão os hotéis mais em conta. Quer se embrenhar na mata? Vá direto aos hotéis de selva.
Restaurantes
COMIDA TÍPICA - Sanduíche de tucumã fruto de uma palmeira típica da Amazônia, o tucumã é o astro principal de um sanduíche da região, batizado de cabloclinho. A receita clássica é simples (pão francês ou de leite aquecido com lascas do fruto amarelado), mas o recheio pode ser incrementado com queijo coalho derretido ou banana, que ajuda a suavizar o sabor forte e a oleosidade natural do tucumã. Onde comer: Açaí e Companhia, Waku Sese, Casa da Pamonha (r. Barroso, 375, tel. 3233-1028) e barracas do Mercado Municipal.
TOMO UM GUARANÁ...
BEBIDA TÍPICA – Há séculos a pasta do fruto do guaraná serve de alimento e remédio para os índios que vivem no município de Maués, na Amazônia central. Hoje, a região é uma das principais produtoras da planta, que desde 1921 entra na composição de refrigerantes. O amargo pó de guaraná é normalmente misturado ao xarope açucarado da semente e acrescido de frutas amazônicas, como camu-camu e taperebá. O grande barato é beber as marcas regionais como Baré, Regente, Tuchauá e Real. Onde beber: Guaraná Sateré (r. Marcílio Dias, 257, tel. 3233-8113) e nos bares da cidade.
À NOITE, NO TEATRO
CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS – Instalado no centro da cidade, o monumental Teatro Amazonas não atrai centenas de pessoas todas as semanas apenas por causa de sua variada programação cultural. Quem andar pelos arredores num final de tarde, principalmente junto à praça São Sebastião, vai constatar que a maior atração, ali, vai além do palco. Quando escurece, as mesas dos bares e cafés da região ficam apinhadas de gente. Com um quê interiorano, a noite ao redor do teatro atrai desde famílias com crianças até boêmios com fôlego de sobra para adentrar a madrugada em botecos simples como o Bar Armando, famoso pelo sanduíche de pernil, e o Tacacá da Gisela.
PARINTINS (ILHA PARAÍSO)
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O modo de vida do parintinense é fruto de uma cultura mágica, difícil de explicar. Sem a euforia dos dias que antecedem o grande festival folclórico, Parintins é apenas uma aldeia de gente muito simpática, que anda pelas ruas de bicicleta, que pinta as fachadas das casas da cor do boi que faz pulsar a paixão, que conversa das tardes ao anoitecer em cadeiras de embalo nos batentes das portas e que também veste a melhor roupa, aos domingos para reverenciar na belíssima Catedral a santa do lugar, Nossa Senhora do Carmo.
É um cotidiano simples, mas ao mesmo tempo repleto de artes. O povo de Parintins já nasce com dons especiais. São artistas que compõem, cantam, esculpi, pintam com muita habilidade e até criam novos rumos para o português, inventando um linguajar próprio. Bastam um visitante chegar que eles querem demonstrar carinho, fazendo sentir-se em casa, chamando logo de parente (o mesmo que cara ou irmão), mostrando a cidade e seus talentos com orgulho.
Cidade cercada de belezas naturais, Parintins, a ilha do Paraíso, se completa mesmo pelo povo que tem. Os atrativos turísticos se tornam, portanto, importantes, mas não fundamentais. A Catedral de Nossa Senhora do Carmo, a Vila Amazônia, as praias de Taracuera ou do Varre Vento e Serra de Parintins são visitas obrigatórias, mas não perca uma bate-papo informal com a gente do local. Afinal, Parintins é repleta de personalidades e de mitos como seu Valdir Viana, famoso curandeiro; Dona Maria Ângela, a mulher que tem a casa e os objetos todos em vermelho em homenagem ao boi Garantido, ou até o sábio e folclorista Simão Pessoa, praticamente o engenheiro intelectual do bumba Caprichoso.
Visite os currais dos bois em Parintins, Caprichoso e Garantido, os personagens que projetam a cidade para o mundo. Conheça tudo e não esqueça, é claro, da culinária do local. E imprescindível.O ESSENCIAL
DDD: 92
Informações turísticas: www.visitamazonas.am.gov.br
Hora local: -1h
Melhor época: há duas Amazônias, a do inverno, de dezembro a junho, que é uma época de chuvas não propícia à observação de animais, mas ótima para passeios nos igarapés; e a do verão, de julho a novembro, quando lindas praias surgem ao longo do leito dos rios e a temperatura oscila de 23°C a 31°C
Vacina: tomar a de febre amarela, dez dias antes da viagem
Transporte: barco, evidente. Em geral, parte de Manaus
Mente alerta: os hotéis de selva têm um número de diárias mínimo de duas a quatro noites e, em geral, o preço é publicado em dólar
www.parintins.com
viajeaqui.abril.com.br
www.fmc.am.gov.br